Numa economia que cresceu menos de 3% como a brasileira em 2006, poucos setores podem se gabar de ter aumentado as vendas em quase 70% como o comércio eletrônico. A base de comparação era baixa, mas os R$ 4,6 bilhões atingidos em 2006 - quase 5% do volume movimentado pelo comércio como um todo - estão longe de ser desprezíveis. Dentro desse oásis, um número menor ainda de empresas pode comemorar o incremento de 81% nos negócios, como aconteceu com o Mercado Livre. A empresa movimentou US$ 1,1 bilhão no ano passado na América Latina, sendo que o Brasil respondeu por metade do total. Na comparação com a região o crescimento foi ainda maior, já que o comércio eletrônico latino-americano cresceu 40% em 2006. "Temos uma gama de consumidores e produtos muito variados", diz Stelleo Tolda, presidente do Mercado Livre no Brasil.
O trunfo para crescer mais do que a concorrência, que também se beneficiou com a inclusão digital, foi abrir o leque de negócios. Com sede na Argentina e sócia do grupo americano eBay, o Mercado Livre inaugurou operações na Costa Rica, Panamá e República Dominicana. A companhia criou também programas específicos para atender empresas que vendem pelo site. Nascido para abrigar leilões online, o Mercado Livre é hoje um portal de lojas das mais variadas áreas, que vendem 13 milhões de produtos - a maioria novos - para 18 milhões de consumidores cadastrados. Tamanha oferta fez com que se tornasse o sétimo site mais acessado do País e o primeiro em comércio eletrônico.
Mas há um porém em tamanho sucesso: a empresa tem recebido críticas da concorrência pelo fato de possibilitar o escoamento de produtos contrabandeados e até mesmo roubados. "Num site de leilões, pode-se comprar algo usado por um preço bom, mas também mercadoria contrabandeada", diz Gastão Mattos, consultor da Câmara Brasileira do Comércio Eletrônico. "É preciso ter cuidado." O Mercado Livre sabe do problema e abre informações solicitadas pela Receita e Polícia Federal. "Também monitoramos o site, para verificar se os usuários estão agindo corretamente", diz Tolda.
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